Comemorada no dia 20 de outubro
Madalena nasceu em um pequeno povoado perto de Nagasaki, no Japão, entre os anos 1610 e 1612. Filha de família rica e nobre, tinha vários irmãos. Seus pais eram ricos sobretudo de virtudes cristãs. Desde cedo ela recebeu esmerada educação. Sua infância, contudo, coincidiu com um período de cruéis perseguições contra os cristãos.
O ditador Tokugawa Yeyasu, budista, decretou, em 1614, uma perseguição total contra os cristãos. Com seus sucessores Hidetada e Yemitsu essa perseguição tornou-se ainda mais virulenta e cruel, a ponto de, em poucos anos, quase exterminar a cristandade do Japão.
Madalena foi certamente testemunha da morte de muitos cristãos e ouviu os terríveis suplícios a que eram submetidos. Provavelmente lera o livro "Exortação ao martírio" que circulava clandestinamente entre os cristãos. Neste livro davam-se conselhos para resistir a ira dos tiranos e eram lembrados os exemplos até de crianças frágeis, além de jovens, homens e mulheres que sofreram com paciência os mais terríveis suplícios por causa da sua fé em Jesus Cristo, recebendo assim a glória do martírio.
A oração, a leitura dos livros sagrados e o exemplo de tantos mártires, compatriotas seus, foram fortalecendo o ânimo de Madalena fazendo nascer em sua alma o desejo ardente de consagrar-se a Deus e dar a vida por Cristo.
Madalena dedicava muitas horas à penitência, à oração e à meditação da paixão de Cristo e da glória dos santos no céu. Quando ainda era muito jovem viu levarem seus próprios pais e irmãos ao martírio. Foi quando decidiu consagrar-se totalmente a Deus.
Por esse tempo haviam acabado de chegar a Nagasaki dois zelosos missionários agostinianos: Frei Francisco de Jesus e Frei Vicente de Santo Antônio. Ambos criaram a Ordem Terceira Agostiniana Recoleta para ajudá-los no apostolado. Formada de leigos, a Ordem Terceira (hoje denominada Fraternidade Secular) ficou encarregada da catequese.
Madalena foi uma das primeiras a entrar na Ordem Terceira. Começou seu ministério com tanto carinho e disposição que foram inumeráveis os pagãos que se converteram ao cristianismo. Ela consolava os aflitos, animava os fracos, fortalecia os que fraquejavam por causa das perseguições e apoiava os corajosos e esforçados. Muitíssimo eram os que acorriam a ela buscando orientações que ela concedia com fé e amor.
Em 1928 a perseguição ficou ainda mais violenta. Madalena, como quase todos os cristãos de Nagasaki, se viu obrigada a refugiar-se nas montanhas. Ali, na companhia dos demais, homens e mulheres virtuosos, vivia nas cavernas e grutas e se alimentava de ervas silvestres. Madalena era amada e querida por todos, até pelos pagãos. Ali também viviam os santos religiosos Frei Francisco e Frei Vicente e ofereciam consolação a todos. Ambos foram detidos e passaram vários dias na prisão antes de serem queimados vivos no dia 3 de setembro de 1632.
Logo no dia seguinte chegaram ao Japão outros dois missionários agostinianos recoletos: Frei Melchior de Santo Agostinho e Frei Martinho de São Nicolau. Também estes foram martirizados. No dia 1º de novembro de 1632 foram presos e no dia 11 de dezembro foram queimados vivos a fogo lento, como havia acontecido com os bem-aventurados Francisco e Vicente.
Cerca de dois anos após a morte de nossos religiosos, Madalena esteve nas montanhas dedicando-se à pregação da Palavra de Deus, batizando, aconselhando, consolando e fortalecendo os que a procuravam. Numerosos foram os cristãos que preferiram a morte que renegar a fé.
Mas, infelizmente, muitos foram também os que, diante do horror dos suplícios, enfraqueciam e apostatavam. Madalena, desolada e triste pela apostasia destes irmãos e desejosa de sofrer o martírio, acreditou ter chegado o momento de apresentar-se aos juízes e torturadores para dar exemplo vivo aos cristãos.
No início de 1634 ela se apresentou aos carcereiros e guardas dizendo ser cristã e religiosa. Num primeiro momento os guardas mandaram-na embora dizendo que, sendo ela tão jovem e frágil, não poderia sofrer ou mesmo suportar tão horríveis tormentos a que eram submetidos os religiosos. Contudo, no dia seguinte ela foi presa.
Os juízes, admirados com sua beleza e comovidos pela sua tenra idade, vendo-a estimada e admirada pelos cristãos e também por ser de família nobre e ilustre, tentaram convencê-la, através de atenções especiais e promessas as mais diversas, a abandonar a fé. Mas tudo foi em vão.
Madalena, depois de sofrer vários tipos de torturas, sem perder a fé em Jesus Cristo, no início de outubro de 1634 foi tirada da prisão e, com outros dez cristãos, foi levada ao lugar do martírio.
Seu último suplício durou treze dias e meio, pendurada pelos pés, de cabeça para baixo, dentro de um poço. Assim morreu. Tinha, então entre 22 e 24 anos de idade. Depois de morta seu corpo foi queimado e as cinzas foram espalhadas nas águas do mar, a fim de que suas relíquias não caíssem nas mãos dos fiéis. Seu martírio aconteceu em meados de outubro de 1634.
Madalena foi beatificada em 1981 e no o dia 18 de outubro de 1987 o Papa João Paulo II canonizou-a, declarando-a Santa.
(fonte do texto: http://www.santarita-oar.org.br/base.php?page=post_046_nagasaki - da imagem: http://www.ceifadores.com.br/santo.view.php?id=1398)