Durante a entrevista ele usa uma kipá . Mas, porque os judeus geralmente a usam no seu dia a dia?
O homem foi criado “à imagem de Deus”. Portanto, ele deve vestir-se com dignidade. A cabeça, como fonte da moral, representa a parte mais importante do corpo humano. Cobrindo a cabeça, somos lembrados da omnipresença divina, e tomamos a consciência de que a humildade é a essência da religião.
Esclarecidos quanto ao uso da Kipá, vejamos o que o nosso entrevistado de hoje fala de sua conversão ao Cristianismo: “Sou musico desde os 6 anos de idade, herdei a musicalidade do meu pai. Costumo dizer que eu não escolhi a música, foi ela quem me escolheu. Minha juventude foi uma fase muito difícil. Caí no alcoolismo, numa sexualidade desregrada. Tocava em boates, em circo, tive uma juventude fora da castidade.”
Um certo dia Urbano Medeiros teve o contato com um livro que falava da vida dos santos. De forma especial o que lhe chamou atenção foi a vida de D. Bosco. “ O pai do nosso ‘Abuna’ Jonas”, disse ele sorrindo.
Abuna em árabe ou aramaico quer dizer: “Pai”
Durante a leitura deste livro ficou muito questionado: “Se estes jovens encontraram a felicidade eu a quero encontrar também.”
Desde então a vida Urbano Medeiros não foi mais a mesma: “A partir dessa minha primeira experiência, se deu início uma luta para a minha vivência, pois eu não tinha um alicerce na fé cristã, principalmente pelas minha origens judaicas.”
Neste período de sua vida, ele conheceu algumas irmãs religiosas: “Fui até elas como profissional da música, porém foi bem interessante, pois toquei na beleza e na particularidade da fé cristã, a caridade. Um certo dia, uma das irmãs convidou-me para tocar na missa, me senti indigno não quis tocar, porém ela me disse assim: ‘Na nossa igreja tem espaço para todos.’ Aquilo me marcou muito.”
A irmãs também apresentaram ao músico também o Sacrário e a Eucaristia: “Um outro dia a irmã me mostrou o tabernáculo onde estava Jesus eucarístico, recordei-me do lugar onde guardamos a Torá, os 5 primeiros livros da bíblia.”
*O Aron Hakodesh, o mais sagrado dos objetos do Templo, era feito de madeira e coberto por ouro. Dentro, estavam as Tábuas da Lei que Moisés recebeu de Deus e o Sêfer Torá, a principal obra do judaísmo. A Arca ficava no Kodesh Hakodashim (o mais sagrado dos locais do Templo), em um ambiente onde apenas uma pessoa, o Cohen Gadol, o Sumo Sacerdote, podia acessar.
“Porém a irmã me disse que ali havia Jesus Vivo, ela me falou para conversar com ele”, nos conta Urbano: “Eu enfrentei o desafio e passei a noite aos pés do sacrário pedindo o dom da fé”, continua ele, “é muito triste viver sem fé, parece um navio sem ancora, sem ter para onde ir, desorientado.
Eu não encontrava o sentido da vida, não sabia para onde ir.”
Aquele foi um momento inesquecível na vida dele: “Pedi a Jesus o dom da fé, naquela madrugada chorei muitas horas, me senti diferente. No outro dia procurei as irmãs e pedi para fazer a catequese já tinha pouco mais de 20 anos, mas me senti um velho, pois já tinha vivido muita coisa na vida.
Comecei a ler os evangelhos e encontrei a passagem: ‘Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?’ Aquilo me derrubou, eis a força do evangelho. Ali me decidi.”
Urbano Medeiros tem o privilégio de fazer a experiencia dos primeiros cristãos, a conversão do Judaísmo para o Cristianismo: “A espiritualidade dos primeiros cristãos é muito simples, é a oração, e vivendo assim me mantenho de pé mesmo nas lutas, pois ela só vai terminar no céu, as lutas fazem parte da vida, a cruz caminha conosco. O importante é viver a cruz com serenidade e segurar na mãos de Deus.”
Durante a entrevista o músico nos presenteou com belas canções tocadas num instrumento judaico chamado na Armênia de Duduk que é um instrumento tradicional de sopro, popular entre os povos cáucasos, Médio Oriente e Leste Europeu. Confira este momento na íntegra clicando aqui
fonte: http://blog.cancaonova.com
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